Há
vezes em que a comunicabilidade humana me enoja. O excesso de trá-lá-lá me
perturba. Basta que se ligue a televisão, ou mesmo o rádio, para que o
incontido palavratório angustie e nos distancie de qualquer atividade em
andamento.
Assalta-me
um desejo secreto de ser surda – não muda, obviamente, apenas surda por mero oportunismo. Ah, se a surdez fosse um dom! Eu a
apanharia com um regalo nada modesto. Sim! E me livraria dessas vozes
perturbadoras, excedentes em frivolidade, línguas saltitantes em verborréia ou débil ou insana!
A
escrita é, de outra sorte, mais delicada e engenhosa. Finesse cuja atenção não submete o pensamento. Respeita em tudo a liberdade. É versátil ao
manejo e emana vida a cada leitura que se lhe ofereça. Eu a amo e em sua vereda
me arrimo!
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