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Zeng Hao. |
O que dizer dos
sonhos? Múltiplas e bailantes inflorescências. Rodopiantes como mariposas.
Rastejantes como a hera que invade o muro à procura das telhas. Notas de uma
valsa enviesada. O bordado e a renda das mulheres elegantes nos antigos bailes em que a poesia era cortejada. Tempos nos quais o tornozelo feminino era o gomo
mais doce que o da mais viçosa das jacas.
Tais são os sonhos!
Mundo vivaz de sobriedades paralelas aos absurdos endiabrados das nossas
rejeições mais sequazes. O canto onírico de pupilar incandescente no qual
repousamos, desnudos e afinados, hibernados como os ursos. Natureza, a um só
tempo, rude e lânguida como nos vermes, e pálida e leve e tosca como as plumas.
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