20 de setembro de 2016

Auto-sacrifício de Odin.







Eu sei que estava pendurado na árvore ventosa,
lá por nove noites inteiras.
Ferido pela lança eu estava, e eu era oferecido para Odin.
Eu mesmo a mim mesmo.
Alto na Árvore que ninguém pode imaginar
qual raiz sobe para o céu.

Nada me revigorou, nem comida ou bebida.
Olhei à direita para baixo no abismo.
Gritando Eu levantei as runas, e em seguida, de volta eu caí dali.

Nove canções poderosas aprendi com o grande
filho de Bolthorn, o pai de Bestla.
Eu bebi uma medida do maravilhoso hidromel
que se derramou de Othrörir.

Em breve, eu produzi frutos e prosperei muito bem.
Eu cresci e fortaleci em sabedoria.
Cada palavra me levou para outra palavra,
cada feito a outro feito.

Runas escondidas tu deverás buscar e interpretar os sinais.
São muitos símbolos de força e poder,
pelo grande Fimbulpulr pintados, por Altos Poderes formados,
agarrados ao governante dos deuses.

Othin para os deuses, Dain para os elfos, Dvalin para os anões,
Alsabith para os gigantes e, para alguns, Eu mesmo escrevi,
para os filhos dos homens.

Sabes como se deve escrever? Sabes como se deve ler?
Sabes como o Um deve tingir? Sabes como se faz o juramento?
Sabes como ao Um pedir? Sabes como se deve oferecer?
Sabes como o Um enviará? Sabes como sacrificar?

Melhor não pedir a ter de sacrificar demais,
pois uma dádiva exige sempre a compensação.
Melhor é não enviar que pagar demais.

Assim escreveu Thund antes da origem dos homens.
Então, ele se levantou do fundo.


BELLOWS, H. A. (1936) & BRAY O. (1908). A Edda Poética: O Hávamál: as palavras do Altíssimo. Tradução e edição para o português de Tiago Medeiros. Rev. Edivaldo Ferreira. Estrofes 138 a 145. Edição digital em: nibelungsalliance.blogspot.com.br – O portal da cultura nórdica. Acessado em 16 de setembro de 2016.  Redação parcialmente adaptada para publicação.







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