Esse "feminismo" produzido em comunidade de
facebook não é Feminismo. É conversa fiada.
O FEMINISMO É UMA CONSTRUÇÃO
POLÍTICA. TENDE A PROPOR A CONCREÇÃO DE INTERESSES POLÍTICOS ESPECÍFICOS PARA
AS MULHERES, BEM COMO PARA AS FAMÍLIAS, não se restringe à exposição da
sexualidade. Esta, é apenas uma das esferas. Converse com uma chefe de família,
uma matriarca pós-moderna e entenderá o que de
fato é feminismo.
FEMINISMO É PRÁTICA DIÁRIA DE EMANCIPAÇÃO E AUTONOMIA
INDIVIDUAL. É muito simples: quando eu necessito derrubar, constranger ou
humilhar eu apenas estou expondo a minha própria fragilidade. Eu, feminista,
entendo que a minha emancipação (humanidade) cabe a mim assegurar.
Não necessito retirar o valor do outro para construir
o meu próprio. Isso foi o que as sociedades patriarcais fizeram com o feminino.
O relegaram à vida cativa doméstica, à vida de ignorância, à dependência
econômica e moral, à subserviência afetiva e sexual.
Além disso, a luta por espaços de poder é algo
preponderante para as mulheres, porque nos permite visibilidade dentro de um
contexto de poder financeiro e político que tem apenas o masculino por
referência. O mundo precisa cultivar referências femininas.
Tendo em vista a rápida e insensata proliferação de
ódio mútuo entre os gêneros, venho traçar alguns pontos que, longe de
confundir, intentam traçar um norte para tornar as questões menos obtusas.
Tantas imagens e fragmentos de opiniões ou discursos que chegam a dar náusea!
Primeiro:
Uma citação afastada do contexto pelo qual fora dito,
acaba por confundir todo o discurso. Como solucionar o problema? Procurar a
fonte, e não os pedaços de pseudo teorias que foram arremessadas a esmo pelo
caminho.
Segundo:
As manifestações partilhadas segundo o método 'copia e
cola' constituem, muitas vezes, apenas opiniões de mulheres sem qualquer
representatividade, pessoas as quais quase ninguém sequer ouviu falar.
Representam um feminismo tão periférico, quanto insignificante.
Logo, longe de promover uma discussão política pautada
nas necessidades reais das mulheres, passa tangencialmente e atropela pontos
sensíveis da luta. Como solucionar o problema? Fazer uma pesquisa SÉRIA sobre a
história da mulher e da família ou ignorar a questão. Dos males o menor, eis um
provérbio latino. Assim, nem ajuda, nem atrapalha.
Terceiro:
O combate ao feminismo é um contrassenso ético. A
exposição de absurdos e incoerências denigrem o movimento, denigrem aqueles e
aquelas que defendem uma sociedade mais humanista, denigrem nossos filhos e
nossas filhas na perspectiva de um futuro de impasse político e cultural,
procrastinando o óbvio e o justo.
Os valores patriarcais de nossa civilização (se é que
podemos chamá-la assim) têm gerado malefícios não só a mulheres, mas a homens
também. As exigências quanto à virilidade, é um bom exemplo do quanto tais
valores tem tornado os homens bem distantes de si mesmos, alienados na
construção de sua individualidade.
As mulheres na luta estão conscientes de si mesmas e
conseguem ter uma compreensão geral, de como essa coisa toda fermenta e é
geradora de consequências terríveis, sobretudo na família. Contudo, ainda é
mais fácil culpabilizar o fato das mulheres se afastarem do lar para adentrar
ao mercado de trabalho quanto à crescente criminalidade entre os jovens, que
responsabilizar os homens quanto ao fato de se distanciarem na educação de seus
próprios filhos, ou mesmo de abandoná-los com suas mães na tentativa de
eximir-se de qualquer compromisso.
Essa é uma realidade social, inegável. Um problema
enfrentado por muitas, muitas mulheres. Mas, vamos lá. Como solucionar o
problema quanto a esse contrassenso ético de arrefecer a luta das mulheres por
oportunidades igualitárias, por instituições de direitos que possam equacionar
sua jornada de trabalho com a rotina familiar?
Como solucionar o problema quanto a esse contrassenso
ético de arrefecer a luta das mulheres por enfatizar algo que parece ser tão
óbvio que é o direito quanto ao seu
próprio corpo?
Como solucionar o problema quanto a esse contrassenso
ético de arrefecer a luta das mulheres quanto à sua liberdade de vontade e de
manifestação de vontade na esfera de sua sexualidade? Ou será que temos que ser
todos obrigatoriamente heterossexuais, ainda que dessa exigência nos façamos
incompletos e infelizes?
Como solucionar o problema desse inegável contrassenso
ético que visa denegrir a luta das mulheres tendo em vista a sua afetividade,
seu universo familiar, o desenvolvimento dos seus filhos, seu ambiente de
trabalho, sua comunidade, sua expressão política, seu desenvolvimento
espiritual, suas escolhas e projetos de vida?
COMO EQUACIONAR O PROBLEMA DESSE CONTRASSENSO ÉTICO
QUE A TODOS GERA PERDAS?
COMO COMPREENDER ATITUDES E DISCURSOS PAUTADOS NUM CONTRASSENSO
ÉTICO E, POR ISSO MESMO, DESUMANO?
Há vezes em que eu costumo pensar que a nossa
sociedade funciona mesmo como uma atividade orgânica, disso me recordo das
aulas de Sociologia Jurídica quando o professor tratava de Émile Durkheim.
Somos interdependentes, produzimos de maneira interdependente, dada a
complexidade a que estamos fadados, e lutar contra essa realidade beira ao
insucesso. Por isso, destaque-se, o anti feminismo é uma luta inglória.
Voltando à análise “durkheimiana”, nós indivíduos constituímos
esse grande organismo. Algumas células inicialmente saudáveis, porém, se
permitiram transformar em verdadeiras metástases. O que fazer com tais células
(indivíduos)? Creio na democracia, porque me dá a oportunidade de escrever
livremente e de expor-me inclusive, se for o caso. Creio que em relação a tais
células, não há muito o que ser feito...
É salutar que mais mulheres se envolvam e sejam ativas na luta. Vejo ainda, muitas
mulheres discretas que balançam a bandeira tímida e polidamente.
Não é pra pedir licença, mulheres! O mundo é de
vocês!! O melhor tempo é agora! Nunca tivemos tantas oportunidades para abraçar
como neste tempo. Quem acorda pra luta todo dia sabe bem do que eu estou
falando.
POIS BEM, A SOLUÇÃO PARA COMBATER O CONTRASSENSO ÉTICO É
INCHAR ESSE NEGÓCIO!
Eduquemos nossas mulheres todas para serem
combatentes. Eduquemos nossas mulheres para um agir ético e combatente. Temos
ainda, e muito, que opor resistências. Abracemos umas às outras. Temos que ser
irmãs na luta. E eduquemos nossos homens para um agir ético, para serem
combatentes aliados nesse processo de construção de um humanismo político.
Nenhum comentário:
Postar um comentário