17 de maio de 2014

O Feminismo para a construção de um humanismo político.








Esse "feminismo" produzido em comunidade de facebook não é Feminismo. É conversa fiada.

O FEMINISMO É UMA CONSTRUÇÃO POLÍTICA. TENDE A PROPOR A CONCREÇÃO DE INTERESSES POLÍTICOS ESPECÍFICOS PARA AS MULHERES, BEM COMO PARA AS FAMÍLIAS, não se restringe à exposição da sexualidade. Esta, é apenas uma das esferas. Converse com uma chefe de família, uma matriarca pós-moderna e entenderá o que de fato é feminismo.

FEMINISMO É PRÁTICA DIÁRIA DE EMANCIPAÇÃO E AUTONOMIA INDIVIDUAL. É muito simples: quando eu necessito derrubar, constranger ou humilhar eu apenas estou expondo a minha própria fragilidade. Eu, feminista, entendo que a minha emancipação (humanidade) cabe a mim assegurar.

Não necessito retirar o valor do outro para construir o meu próprio. Isso foi o que as sociedades patriarcais fizeram com o feminino. O relegaram à vida cativa doméstica, à vida de ignorância, à dependência econômica e moral, à subserviência afetiva e sexual.

Além disso, a luta por espaços de poder é algo preponderante para as mulheres, porque nos permite visibilidade dentro de um contexto de poder financeiro e político que tem apenas o masculino por referência. O mundo precisa cultivar referências femininas.

Tendo em vista a rápida e insensata proliferação de ódio mútuo entre os gêneros, venho traçar alguns pontos que, longe de confundir, intentam traçar um norte para tornar as questões menos obtusas. Tantas imagens e fragmentos de opiniões ou discursos que chegam a dar náusea!

Primeiro:
Uma citação afastada do contexto pelo qual fora dito, acaba por confundir todo o discurso. Como solucionar o problema? Procurar a fonte, e não os pedaços de pseudo teorias que foram arremessadas a esmo pelo caminho.

Segundo:
As manifestações partilhadas segundo o método 'copia e cola' constituem, muitas vezes, apenas opiniões de mulheres sem qualquer representatividade, pessoas as quais quase ninguém sequer ouviu falar. Representam um feminismo tão periférico, quanto insignificante.

Logo, longe de promover uma discussão política pautada nas necessidades reais das mulheres, passa tangencialmente e atropela pontos sensíveis da luta. Como solucionar o problema? Fazer uma pesquisa SÉRIA sobre a história da mulher e da família ou ignorar a questão. Dos males o menor, eis um provérbio latino. Assim, nem ajuda, nem atrapalha.

Terceiro:
O combate ao feminismo é um contrassenso ético. A exposição de absurdos e incoerências denigrem o movimento, denigrem aqueles e aquelas que defendem uma sociedade mais humanista, denigrem nossos filhos e nossas filhas na perspectiva de um futuro de impasse político e cultural, procrastinando o óbvio e o justo.

Os valores patriarcais de nossa civilização (se é que podemos chamá-la assim) têm gerado malefícios não só a mulheres, mas a homens também. As exigências quanto à virilidade, é um bom exemplo do quanto tais valores tem tornado os homens bem distantes de si mesmos, alienados na construção de sua individualidade.

As mulheres na luta estão conscientes de si mesmas e conseguem ter uma compreensão geral, de como essa coisa toda fermenta e é geradora de consequências terríveis, sobretudo na família. Contudo, ainda é mais fácil culpabilizar o fato das mulheres se afastarem do lar para adentrar ao mercado de trabalho quanto à crescente criminalidade entre os jovens, que responsabilizar os homens quanto ao fato de se distanciarem na educação de seus próprios filhos, ou mesmo de abandoná-los com suas mães na tentativa de eximir-se de qualquer compromisso.

Essa é uma realidade social, inegável. Um problema enfrentado por muitas, muitas mulheres. Mas, vamos lá. Como solucionar o problema quanto a esse contrassenso ético de arrefecer a luta das mulheres por oportunidades igualitárias, por instituições de direitos que possam equacionar sua jornada de trabalho com a rotina familiar?

Como solucionar o problema quanto a esse contrassenso ético de arrefecer a luta das mulheres por enfatizar algo que parece ser tão óbvio que é o direito quanto ao seu próprio corpo?

Como solucionar o problema quanto a esse contrassenso ético de arrefecer a luta das mulheres quanto à sua liberdade de vontade e de manifestação de vontade na esfera de sua sexualidade? Ou será que temos que ser todos obrigatoriamente heterossexuais, ainda que dessa exigência nos façamos incompletos e infelizes?

Como solucionar o problema desse inegável contrassenso ético que visa denegrir a luta das mulheres tendo em vista a sua afetividade, seu universo familiar, o desenvolvimento dos seus filhos, seu ambiente de trabalho, sua comunidade, sua expressão política, seu desenvolvimento espiritual, suas escolhas e projetos de vida?

COMO EQUACIONAR O PROBLEMA DESSE CONTRASSENSO ÉTICO QUE A TODOS GERA PERDAS?

COMO COMPREENDER ATITUDES E DISCURSOS PAUTADOS NUM CONTRASSENSO ÉTICO E, POR ISSO MESMO, DESUMANO?

Há vezes em que eu costumo pensar que a nossa sociedade funciona mesmo como uma atividade orgânica, disso me recordo das aulas de Sociologia Jurídica quando o professor tratava de Émile Durkheim. Somos interdependentes, produzimos de maneira interdependente, dada a complexidade a que estamos fadados, e lutar contra essa realidade beira ao insucesso. Por isso, destaque-se, o anti feminismo é uma luta inglória.

Voltando à análise “durkheimiana”, nós indivíduos constituímos esse grande organismo. Algumas células inicialmente saudáveis, porém, se permitiram transformar em verdadeiras metástases. O que fazer com tais células (indivíduos)? Creio na democracia, porque me dá a oportunidade de escrever livremente e de expor-me inclusive, se for o caso. Creio que em relação a tais células, não há muito o que ser feito...

É salutar que mais mulheres se envolvam e sejam ativas na luta. Vejo ainda, muitas mulheres discretas que balançam a bandeira tímida e polidamente.

Não é pra pedir licença, mulheres! O mundo é de vocês!! O melhor tempo é agora! Nunca tivemos tantas oportunidades para abraçar como neste tempo. Quem acorda pra luta todo dia sabe bem do que eu estou falando.

POIS BEM, A SOLUÇÃO PARA COMBATER O CONTRASSENSO ÉTICO É INCHAR ESSE NEGÓCIO!


Eduquemos nossas mulheres todas para serem combatentes. Eduquemos nossas mulheres para um agir ético e combatente. Temos ainda, e muito, que opor resistências. Abracemos umas às outras. Temos que ser irmãs na luta. E eduquemos nossos homens para um agir ético, para serem combatentes aliados nesse processo de construção de um humanismo político.



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