A
cabeça do ancião supremo é um recipiente inviolável, em que a sabedoria repousa
como um vinho envelhecido.
Esta
sabedoria é impenetrável; auto suficiente em silêncio, dentro da eternidade; e
não é alterada pelas vicissitudes do tempo.
Ela
é a luz, porém a cabeça negra é a lâmpada. O azeite da inteligência lhe é
medido e sua claridade se manifesta por trinta e duas vias.
O
Deus revelado é o Deus velado. Essa sombra humana de Deus é como o misterioso
Éden, de onde surgia um misterioso manancial que alimentava quatro rios.
Nada
surge de Deus. Sua substância não se esparge. Nada sai d’Ele, nada o penetra,
pois é impenetrável e imutável. Tudo o que começa, tudo o que aparece, tudo o
que se divide, tudo o que flui e passa, começa, aparece, se divide e passa em
sua sombra. Porém Ele é imutável em sua luz e permanece como o vinho velho, que
não se agita nunca e repousa em seu tonel.
Schimeon Ben-Jochai, Capítulo VI do Idra-Sutra. In: LEVI, Eliphas. As
origens da Cabala. Tradução de Márcio Pugliesi e Norberto de Paula Lima. São Paulo:
Pensamento, [2005?], p. 18.
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